Presidente da Ajufe e Juiz Sérgio Moro são homenageados pela Justiça Militar
O juiz federal Sergio Moro recebeu a comenda da Ordem do Mérito Judiciário Militar, oferecida pela Justiça Militar da União. Também foi homenageado o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil, Roberto Veloso. A cerimônia ocorreu no Clube do Exército, em Brasília, no dia 30 de março.
‘O Judiciário é um Poder sem armas, nossa autoridade é moral, a pessoa tem que acreditar’, diz Eduardo André Brandão
Quando o ex-juiz federal Sergio Moro aceitou o convite para ser ministro da Justiça recebeu críticas de imparcialidade, já que foi o responsável pela prisão do ex-presidente Lula, oponente político do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Já fora do governo, Moro agora aparece como potencial candidato à Presidência em 2022. “A gente tem que tomar muito cuidado com a questão dos juízes na política. A Ajufe tem uma preocupação dessa questão, porque acaba criando um desgaste”, afirma Eduardo André Brandão, presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe).
“Quando um juiz vai para a política, e não só o ex-colega Moro, os adversários vão querer falar de parcialidade, que no caso dele não se aplica nem um pouco”, diz. “No caso dele as penas sempre foram mantidas e até agravadas pelas instâncias superiores”.
Brandão considera que “o Judiciário é um Poder sem armas, nossa autoridade é moral, a pessoa tem que acreditar na nossa decisão”. Brandão afirma ser claro que um juiz não pode concorrer a cargo eletivo e depois voltar. “Isso é uma bandeira nossa, de nem discutir essa questão”, diz.
O presidente da Ajufe foi entrevistado no quarto debate da série “Democracia e Constituição: Voz e Letra”, que tem como objetivo discutir os desafios da democracia brasileira e o papel do Judiciário na defesa da Constituição.
O juiz federal afirma que a democracia precisa estar em todos nós. “costumo brincar que uma pessoa que apaga da rede social uma mensagem sua que não gosta não é uma pessoa democrática”, avalia. “Desde que não seja nada ofensivo, a pessoa tem que estar pronta para o debate”.
“A democracia se tornou mais forte. A polarização da sociedade é ruim quando você vê um excesso de confronto, mas ao mesmo tempo é interessante porque você percebe uma maior conscientização política da população. Quando você decide discutir política, ainda que parecendo uma discussão de clube de futebol, quer queira, quer não, você está desenvolvendo uma consciência política”
E complementa dizendo: “A gente está amadurecendo, e como todo processo de amadurecimento tem seus escorregões, a nossa democracia está assim”.
Juízes federais criticam “alarde desnecessário” em torno de julgamento de Lula
Em entrevista ao Estadão, o presidente da Ajufe, Roberto Veloso, criticou nesta segunda-feira (15) o “alarde desnecessário” em torno do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Juiz Federal Nelson Gustavo Mesquita Ribeiro Alves
ATUAL GESTÃO (JUNHO DE 2022 – JUNHO DE 2024)
Nelson Gustavo Mesquita Ribeiro Alves (42), nascido no Rio de Janeiro (RJ), ingressou na Magistratura Federal em 2006, atuando como juiz federal substituto em Blumenau (SC), no período de 2006 a 2009, e em Itajaí (SC) entre 2009 e 2014. Em 2014, titularizou-se em Chapecó (SC), exercendo as funções atualmente em designação junto à 1a Turma Recursal de Santa Catarina.
Na vida associativa, Alves ocupou os cargos de diretor jurídico (2011/2013) e presidente da Associação dos Juízes Federais do Estado de Santa Catarina (Ajufesc) no biênio 2013-2015. Na Ajufe, atuou como vice-presidente na 4a Região (2016/2018), diretor de assuntos legislativos (2018/2020) e Primeiro Secretário (2020/2022), posição atual.
A Ajufe, criada em 20 de setembro de 1972, é uma entidade sem fins lucrativos, de âmbito nacional, que congrega mais de dois mil associados, juízes federais de 1ª e 2ª instâncias, bem como ministros do STJ e STF, representando-os em âmbito nacional e internacional, judicial e extrajudicialmente.