A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) comunica, com profundo pesar, o falecimento da ministra aposentada do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Assusete Magalhães. Juíza federal e desembargadora do TRF-1, ela dedicou quase quatro décadas à magistratura, sendo 11 deles no STJ, e deixa um legado exemplar de competência, integridade, sensibilidade e pioneirismo, que continua a inspirar gerações de magistrados e magistradas.
Nascida em Serro (MG), cidade histórica do interior mineiro, Assusete descobre sua vocação para o Direito ao ouvir, ainda menina, as sessões do júri na praça em frente ao fórum local, inspiração que a acompanha e a guia por toda sua trajetória. Forma-se em Direito e Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e, desde os primeiros passos como procuradora e advogada, mostra determinação e compromisso com a Justiça.
Ao longo da carreira, sempre se destacou por abrir caminhos inéditos para mulheres na magistratura. É a primeira mulher a assumir o cargo de juíza federal em Minas Gerais. É também a primeira mulher a presidir o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), entre 2006 e 2008, exercendo ainda a função de corregedora-geral.
No STJ, além de sua atuação jurisdicional, torna-se a primeira mulher a comandar a Ouvidoria da Corte, entre 2019 e 2020, onde desenvolve iniciativas pioneiras, como a criação da “Ouvidoria das Mulheres”, canal que oferece apoio essencial a servidoras, estagiárias e prestadoras de serviços, especialmente em momentos críticos como a pandemia da Covid-19 e diante dos desafios da violência de gênero.
Profissional de altíssima competência técnica, ela soube aliar o rigor jurídico à sensibilidade humana, tratando com empatia e justiça cada processo que lhe foi confiado. Segura, justa e comprometida com a dignidade da pessoa humana, é vista por colegas de tribunal e jurisdicionados como exemplo de integridade, equilíbrio e humanidade.
Neste momento de dor, a Ajufe expressa sua solidariedade e estima aos familiares, amigos e colegas da ministra. A entidade registra a perda não só de uma magistrada de brilho singular, mas de uma mulher que abre caminhos e traz sensibilidade ao julgamento, lembrando que a Justiça deve ser feita com técnica e humanidade. Para muitas mulheres da magistratura, a ministra Assusete Magalhães representa um farol de coragem e inspiração, e sua vida demonstra que talento, fibra e empatia transformam tribunais; sua história permite que todos a percorrem com orgulho e gratidão.
Brasília, 01 de dezembro de 2025
Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe)

