Depois de vários dias de levantamento de informações e esclarecimentos prestados pela Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), a Folha de S.Paulo decidiu publicar, no último domingo (30), o texto “Produtividade dos tribunais federais caiu com trabalho remoto” sem considerar as informações prestadas pela entidade.
A Ajufe informa que foi procurada pelo jornal e, de forma transparente, forneceu todas as respostas solicitadas, acompanhadas de dados consistentes que contradizem integralmente as conclusões apresentadas na reportagem. Ainda assim, os esclarecimentos oferecidos pela entidade não foram sequer publicados.
É lamentável que prevaleça, mais uma vez, a opção por títulos e abordagens que pouco contribuem para a informação qualificada e para o debate público sério, priorizando interpretações distorcidas em detrimento do rigor jornalístico.
A Associação reforça que narrativas construídas a partir de recortes seletivos ou uso inadequado de dados contribuem para a formação de uma imagem injusta e pejorativa do Poder Judiciário. A crítica responsável é bem-vinda e essencial em uma democracia; a manipulação estatística, porém, configura desinformação e compromete o papel constitucional da imprensa.
Generalizações apressadas não esclarecem a sociedade. Pelo contrário, reforçam preconceitos e enfraquecem instituições que sustentam o Estado Democrático de Direito.
A defesa da honra, da independência e do respeito ao Poder Judiciário não é uma postura corporativa, mas um dever republicano.
A imprensa cumpre sua função quando alia rigor investigativo ao compromisso inegociável com a verdade. Do mesmo modo, o Judiciário seguirá pautado pela transparência, responsabilidade e dedicação ao serviço público, preservando a confiança da sociedade em uma Justiça Federal íntegra, eficiente e digna do respeito que a Constituição estabelece.

