A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e a Associação dos Magistrados do Distrito Federal (Amagis) promoveram nesta quarta-feira (7/3) a abertura oficial da segunda edição do “Seminário Mulheres no Sistema de Justiça: Trajetórias e Desafios”.
Em discurso inaugural, o presidente da Ajufe, Roberto Veloso, reforçou a importância de se discutir questões como as propostas pelo Seminário. “A Ajufe se preocupa porque hoje na nossa carreira são as mulheres as que mais sofrem, com o duplo caminho a que são submetidas. Essa é uma realidade que precisa mudar na Justiça Federal porque as nossas colegas precisam de um tratamento adequado. É preciso que se discuta essa questão na nossa carreira. A nossa carreira não pode ser injusta com nossas magistradas”, afirmou.
O presidente da Amagis-DF, Fábio Francisco Esteves, fez um balanço positivo da evolução do seminário, que está na sua segunda edição. Na visão dele, o sistema de justiça está cada vez mais reconhecendo o lugar da mulher.
A Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, defendeu que as mulheres continuem lutando por seus direitos. Durante sua fala, fez menção às representantes do movimento sufragista – que no início do século XX garantiu às mulheres o direito ao voto. “Muitos dos problemas e dos conflitos enfrentados na sociedade são enfrentados pelas mulheres. E, por isso, é tão importante que elas participem do sistema que as envolve. Antes, as mulheres reivindicavam cidadania. Nós queríamos votar. Hoje, o que nós queremos é igualdade”, finalizou.
A coordenadora da Comissão Ajufe Mulheres e também do II Seminário, Clara da Mota, reforçou o objetivo do evento. “O que vamos trabalhar neste seminário é a construção de novas ideias com propósitos, a fim de repensar a engenharia institucional de um Poder Judiciário inclusivo”. E continuou: “E com a certeza de que o conhecimento nos emancipa e nos liberta, para que nossa luta não seja fora de um propósito estudado e estruturado”.
A cerimônia ainda contou com a presença do ministro Humberto Martins, vice-presidente do Superior Trubinal de Justiça (STJ), representando a presidente do STJ, Laurita Vaz; o ministro do STJ Reynaldo da Fonseca; o ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli; a conselheira do CNJ Maria Tereza Uille Gomes; o procurador José Robalinho Cavalcanti, presidente da ANPR.
Na sequência, a professora da UnB, Débora Diniz, ministrou a palestra inaugural do II Seminário, com o título “Por que gênero importa para o sistema de justiça?”. “Espero que nesta noite as juízas encontrem a lanterna da história para que a justiça não se confunda com o Cinturão de Graciliano Ramos”. Assista à íntegra do primeiro dia.
Lançamento de livro
Após a cerimônia inaugural, foi lançada a obra “Magistratura e Equidade”, que reúne artigos e documentos que englobam temas de gênero, raça, orientação sexual e inclusão no espaço público. O livro foi organizado pelos juízes federais Roberto Carvalho Veloso e Clara da Mota Santos Pimenta Alves e pela juíza de direito Rejane Jungbluth Suxberger.
O evento foi realizado no auditório do Conselho da Justiça Federal (CJF), em Brasília. O Seminário continua nesta quinta-feira (8/3) e conta com extensa programação científica (veja aqui).
Acesse as fotos do evento: https://www.flickr.com/photos/ajufe_oficial/albums/72157664454511877