Webinar - Pesquisadoras debatem divisão sexual do trabalho e cuidado na pandemia

    Conscientizar a população dos impactos diferenciados sofridos pelas mulheres diante do contexto do distanciamento social. Esse foi o objetivo do Webinar Perspectivas de Gênero e Pandemia - Sobrecarga na quarentena: divisão sexual do trabalho e cuidado", realizado nessa quarta-feira (06/05), pela Comissão Ajufe Mulheres. A intenção do debate foi demonstrar como o fato de as mulheres serem as principais responsáveis pelos cuidados das crianças, idosos e doentes, acaba as sobrecarregando.

    Para discutir o tema foram convidadas a professora da Universidade de Brasília (UNB), Flávia Biroli, a advogada e professora da Universidade Federal do Paraná, Melina Fachin, a professora da Universidade LaSalle, Tatiana Vargas Maia, e a vice-presidente do Conselho Federal de Enfermagem, Nádia Mattos Ramalho. A mediação foi realizada pelo desembargador federal Roger Raupp Rios.

    Inicialmente, a professora Flávia Biroli destacou que a desigualdade vivida não é reflexo de fragilidade, mas da organização das relações. “O que produz desigualdade não é a fragilidade, não é a necessidade de cuidados, não é se ser mulher ou se ser homem, é a maneira como nós organizamos as relações em sociedades nas quais o cuidado é necessário”, apontou.

    Melina Fachin também frisou o aumento da desigualdade no contexto da pandemia. “A ótica da divisão de trabalho que inferioriza a mulher, vulnerabiliza ela mais, coloca ela nesse papel de servir ao outro e obviamente torna tudo mais agudo nesse cenário da pandemia”.

    E o problema, de fato, se repercute em todos os países. “Quando falamos da divisão sexual do trabalho, de normas de gênero, elas não são exclusivas do Brasil, são reproduzidas em várias partes do mundo”, avaliou a professora Tatiana Maia.

    Nádia Mattos falou sobre o cenário vivido por mulheres enfermeiras que, além de serem sobrecarregadas no cuidado familiar, ainda se deparam com o cenário de precariedade vivido no sistema de saúde. “O Brasil já superou todas as estatísticas. Passamos a Itália em termos de profissionais infectados. A Itália, até o momento, teve 35 óbitos, nós já temos 91 óbitos de profissionais”, lamentou.

    O próximo Webinar Perspectivas de Gênero e Pandemia vai trabalhar as desigualdades de gênero relacionadas à educação. Não perca!

    Assista ao Webinar: 

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